quarta-feira, 18 de março de 2009

Acariciando o Abismo...


Mais uma madrugada,

lenta, como se me observásse,

a penumbra seca e cortante,

adormece no meu peito,

entorpecendo o pensar

mais elementar...

Palavras trémulas,

gestos temerosos,

manchas nebulosos

vagueiam...

Vultos, gritos, estalos,

o carrocel do medo instala-se...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Último Ontem!



Não sei se as palavras têm a força que necessito que tenham, mesmo que não passem de sombras no segredo da noite...
Sinto que esgotei-me antes do termo, sinto que o ontem pode ter sido o último...
Não sei a côr do tempo que me arrisco a perder, não sei se uma palavra ou um gesto poderão mudar tudo...
Hoje, não consigo ver Amor em nenhum lugar ou rosto, apenas indiferença e uma espécie de ódio ou talvez ressentimento...
Hoje não consigo pintar um sorriso no espaço ou inventar uma paixão... Hoje, não passo de uma morte por cumprir...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Madrugada! Porque me procuras?


Madrugada!
Porque me procuras se nem a minha alma em ti repousa...
Madrugada!
Sabes que te odeio no mais profundo do meu ser,
sabes que nunca te beijarei...
És o sobressalto, a dôr e a morte...
Nunca consegui pintar o teu rosto...
De ti, conheço apenas a penumbra,
o lugar onde a morte se acomoda e a vida suspende...
Madrugada!
Porque me procuras se nem a minha alma poderás possuir...
Madrugada! Nunca serás capaz de sentir a magia de um raio de Sol...
Madrugada!
Porque que me procuras, se sabes que nunca te poderei amar...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Se eu pudesse...




Queria que os teus lábios escorressem pelo meu corpo, doces e famintos. Queria olhar-te dentro dos olhos nesse momento... Queria sentir-te no mais profundo que há em ti... Queria ser-te e ser-me em ti, como se tu e eu não o fossemos por instantes... Queria ser capaz de te oferecer a Eternidade em troca de mais uma noite... Queria compôr dentro das tuas palavras a mais bela melodia... Queria baloiçar-te e perder-me contigo na imensidão sideral... Queria amar-te sem lágrimas...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

No teu aconchego...


Abraço-te na Noite sem contornos... Sei que podemos transformar o tempo que nos resta na mais doce aventura... Conheço as mensagens contidas no sabor dos teus lábios...
Denunciamos no código dos nossos gestos os pensamentos e receios mais profundos...
Quando adormeces ao meu lado, sabes que estou ali para te proteger, sabes que enquanto eu existir, a vida percorrerá as tuas veias... Sabes que somos alma e sangue, ontem, hoje, amanhã e sempre...
Amo-te Tudo!

sábado, 10 de novembro de 2007

Fragmentos...


A alma adormece no teu rosto o cansaço dos dias sem nome... Cinzenta no movimento do olhar e do sentir, a alma encerra dentro de si todos os lugares e tempos...
Noite de mil Noites embrulhadas no calor do teu Ser...

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

NO SILÊNCIO DA MADRUGADA...


No silêncio da madrugada, desta madrugada que será a única entre tantas outras madrugadas sem nome, procuro nas sombras os rostos de mil vidas, palavras para dizer-me...

No silêncio mudo da madrugada que insiste em camuflar a dimensão solar das coisas, adormeço a dôr incendiada...

Escuto dentro do silêncio a solidão da impossibilidade, a recta infinita desta suspensão eterna...

Procuro a memória do dia, tentando resistir mais umas horas...

Procuro os meus olhos dentro do meu rosto, como se ainda fosse possível recuperar as imagens que os habitaram...